Escultora
Marie Anne Antoinette Hélène Peretti, conhecida como Marianne Peretti (Paris, 13 de dezembro de 1927 — Recife, 25 de abril de 2022), foi uma artista plástica brasileira. Viveu em Pernambuco, estado de origem de sua família paterna. Considerada a mais importante vitralista do Brasil, foi a única mulher a integrar a equipe de artistas da construção de Brasília.
Filha da modelo francesa Antoinette Louise Clotilde Ruffier e do historiador pernambucano João de Medeiros Peretti, Marie Anne Antoinette Hélène Peretti nasceu em Paris, França, no dia 13 de dezembro de 1927. Cresceu e foi educada em Paris, tendo sido expulsa do Lycée Molière e do Lycée Victor Duruy por fugir da escola para pintar. Ainda lá, estudou desenho e pintura, como a aluna mais jovem, com 15 anos, na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs e depois foi para a Académie
de La Grande Chaumiére, em Montparnasse,[3][4] onde foi aluna de Édouard Goerg e de François Desnoyer; fez sua primeira exposição individual na Gallerie Mirador.
Veio morar em definitivo no Brasil em 1956, onde passou a desenhar e pintar pelo Ceará, Pernambuco e Bahia.[4] Participou da 5ª Bienal em São Paulo, onde ganhou o prêmio de melhor capa pelo livro, As Palavras, de Jean-Paul Sartre. Realizou várias exposições, individuais e coletivas, em Paris, São Paulo, Olinda, Rio de Janeiro e outras cidades.[5] Também executou esculturas, vitrais e relevos para edifícios públicos e residências particulares, em grandes cidades do Brasil, especialmente São Paulo, Brasília e Recife, e países da Europa, principalmente França e Itália.
Oscar Niemeyer conheceu o trabalho dela já no Brasil, em um vitral feito para a arquiteta Janete Costa, ele a convidou para participar de seus projetos. A partir de então, passou a se concentrar mais nessa arte. Sobre a construção da capital nacional ela afirma, “Era tudo de repente e tudo muito rápido, porque a cidade estava sendo inventada e tínhamos de nos adaptar a esse ritmo, de fazer o melhor em pouco tempo”. O primeiro vitral foi o da capela do Palácio do Jaburu.
Em 2016, o jornal O Estado de S. Paulo denunciou que a principal obra da artista então situada no Senado Federal, um painel doado por ela em 1978, com mais de 200 peças de vidro, chamado "Alumbramento", havia sido desmontada e abandonada no depósito do Senado nos anos 1990, onde teria ficado por duas décadas esquecida e só agora voltava a ficar exposta. A artista teria dito que, “Estava jogado no chão, como num ferro-velho. Quem fez isso não tem a sensibilidade necessária, deveriam buscar saber quem foi o responsável”.
A iniciativa de restaurar a obra teria partido de uma empresa de produção cultural privada (B52 Desenvolvimento Cultural, de Recife). O Senado teria aceitado ceder os restos da estrutura para uma exposição, com a condição de que a produtora pagasse todos os custos e devolvesse a obra pronta.
O Senado emitiu nota, negando com veemência o suposto descaso praticado com Marianne Peretti, declarando que a obra sofreu danos com os anos e precisava de restauração, por iniciativa única da instituição a restauração foi possível, com concordância da artista e solicitação de uso posterior da B52 Desenvolvimento Cultural.[7] Em 8 de novembro de 2016 a obra pôde ser reinaugurada pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.