Escultora

Biografia

Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Fère-en-Tardenois, 8 de dezembro de 1864 – Montdevergues, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora e artista francesa. Faleceu na obscuridade, mas sua obra ganhou reconhecimento por sua originalidade décadas após a morte.[1][2] Era irmã mais velha do poeta e diplomata Paul Claudel.

Vida Pessoal

Camille Claudel nasceu no norte da França, em Fère-en-Tardenois, filha mais velha de outras duas irmãs, Louise e Paul Claudel.[3] A artista nasceu após o falecimento de seu irmão mais velho, que era ainda criança. Seu pai, Louis Prosper, trabalhava com transações bancárias e hipotecas, enquanto sua mãe, Louise-Athenaïse Cécile Cerveaux, vinda da província de Champagne, descendia de uma família de fazendeiros e padres católicos. A família se mudou para a região de Villeneuve-sur-Fère quando Camille era ainda um bebê..

 

Seu irmão mais novo, Paul Claudel, nasceu em 1868. Mudaram-se novamente nos anos seguintes:Bar-le-Duc (1870), Nogent-sur-Seine (1876) e Wassy-sur-Blaise (1879), porém ainda passando os verões na residência de Villeneuve-sur-Fère,[3] cuja paisagem marcou profundamente as crianças. A família se mudaria mais uma vez, em 1881, para Montparnasse, com seu pai ficando para trás para ganhar o sustento dos filhos..

Periodo Criativo

Fascinada por pedra e terra quando criança, já moça Camille estudou na Académie Colarossi, um dos poucos lugares abertos a estudantes mulheres[4] com o escultor Alfred Boucher. Na época, a famosa École des Beaux-Arts barrava a matrícula de mulheres. Em 1882, Camille alugou um ateliê com outras mulheres, a maioria inglesa, incluindo Jessie Lipscomb.[5] Alfred Boucher era seu mentor e lhe concedeu a inspiração e encorajamento que recaiu sobre toda uma geração de novos escultores. Camille esculpiria um busto dele em gratidão. Antes de mudar-se para Florença, depois de ter lecionado para Camille e as colegas por mais de três anos, Alfred perguntou a Auguste Rodin se ele não gostaria de assumir a instrução de suas alunas. Foi assim que o tumultuado e controverso relacionamento de Rodin com Camille começou, ela então com 19 anos.

Influencias

Na obra A Idade Madura (1900), Camille interpreta seu irmão como sendo uma poderosa alegoria para o seu rompimento com Rodin.[7][5] Seu trabalho tinha assinaturas distintas como a plasticidade das obras, a representação de gênero e escalas diversas. Camille transcendia os padrões convencionais para esculturas em sua época e até nas décadas seguintes.[7][8] Alguns classificavam seus trabalhos como sendo ainda mais viris que obras feitas por artistas homens e que sua escultura possuía a assinatura que apenas os gênios em suas áreas possuem, como Berthe Morisot. Enquanto Rodin tinha linhas mais suaves e delicadas, Camille sugeria vigorosos contrastes e linhas poderosas em suas obras, razão essa que pode ter levado ao rompimento artístico e a rivalidade que se seguiu.[7][9].

Shakuntala é descrita como a expressão do desejo de Camille de alcançar o sagrado, fruto de sua longa busca pela identidade artística, livre dos mandos de Rodin. Camille teria percebido após algum tempo de envolvimento com o escultor que ele a explorava e que ela nunca seria obediente como Rodin queria, reconhecendo em seguida como a sociedade explorava as mulheres. A escultura Shakuntala seria uma expressão de sua solitária existência, de uma busca pessoal.

Devido ao machismo e preconceito pelo fato de ser mulher, Camille não conseguia financiar muitas de suas ideias e por vezes dependeu de Rodin para realizar algumas delas em colaboração ou deixando-o levar o crédito pela obra.[6] Ela também era dependente financeiramente da família e depois da morte de seu amado pai, que tanto a auxiliou, sua mãe e seu irmão tomaram o controle das finanças, deixando-a na miséria, usando roupas esfarrapadas e vivendo de favores.

Quando Rodin viu a escultura The Age of Maturity pela primeira vez em 1899, sua reação foi de choque e fúria. Imediatamente ele cessou seu suporte a Camille e pressionou o ministro de belas artes que cancelasse pagamentos para obras em bronze. Muitos criticaram a postura de Rodin de não dar a Camille o respeito o reconhecimento que ela merecia.Alguns historiadores argumentam que Rodin teria tentado ajudar Camille do jeito que pode após a separação, mas que o mundo da arte negligenciava o talento nato de Camille, o que a levou ao esgotamento e à destruição de seu ateliê. Esculpir era uma arte cara e Camille recebia poucas encomendas devido ao seu estilo pouco comum para o gosto da época, o que a endividou.

Camille era odiada pela família. Seu irmão e sua mãe conspiraram para mantê-la sem dinheiro e depois para mantê-la no hospital psiquiátrico, onde viveu por 30 anos até sua morte. Teorias sugerem que seu irmão invejava o sucesso e o talento da irmã, tendo afirmado que ele era o único gênio da família. Sua irmã mais nova, Louise, desejava o acervo da irmã e comemorou o declínio de Camille.[20] É de concordância entre os críticos de arte que Camille era um gênio incompreendido, com uma arte suprema e infinitamente bela, forte e brilhante, que porém nunca recebeu o devido reconhecimento em vida


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Camille_Claudel