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Moldura ideal
Amelia Bratke deixa apartamento na medida para
abrigar coleção de arte
08 de julho de 2011 | 19h 10
De mudança de uma casa ampla para um
apartamento, o casal levou os móveis preferidos mas
fazia questão mesmo de preservar o espaço de destaque para a coleção de obras
de arte. Essa foi a principal tarefa da arquiteta Amelia
Bratke neste projeto na zona sul de São Paulo. Para
dar um certo ar de casa ao imóvel, ela ainda ampliou a
varanda original, que agora invade a sala de estar, levando verde e luz natural
para o ambiente.
Cacá Bratke/Divulgação
Com mesa, cadeiras e bancos, a varanda é um
dos espaços mais usados do apartamento, em refeições rápidas ou simplesmente
para estar perto das plantas. "Mesmo cercada por prédios, o espaço é bem
iluminado e as plantas ajudam a manter a privacidade dos moradores", diz Amelia. A claridade cai bem no estar moderno montado com
sofás pretos, chaise-longue Le Corbusier
e as telas de Lydia Okumura
e Walter Levy.
A arquiteta fez outras alterações no
apartamento, de
O lavabo comprido e estreito diminuiu, dando
espaço para um armário, que também serve como bar, prateleiras de livros e,
claro, obras de arte. A cozinha também perdeu área, ocupada agora pela sala de
jantar. Os três grandes quartos tiveram o tamanho reduzido e um deles funciona
como escritório. Essa mudança ampliou a sala de jantar e permitiu que Amelia criasse mais armários no corredor que leva aos
dormitórios e aos banheiros - o antigo foi dividido
Tudo organizado. Armário é o que não falta
neste apartamento. Tudo foi desenhado pela arquiteta, seguindo exatamente a
necessidade dos proprietários. Na sala de jantar, por exemplo, o móvel embutido
guarda parte da coleção de porcelanas, em cima, nas prateleiras fechadas com
portas de vidro, e as toalhas de renda, acomodadas em gavetas estreitas.
"Elas ficam enroladas e protegidas por um papel e, assim, não amassam.
Estão prontas para serem usadas", explica Amelia.
Aqui e ali, antigos móveis
portugueses, herança de família, denunciam a ascendência lusitana da
proprietária. Ainda na sala de jantar, uma dessas peças forma interessante par
com uma litogravura de Salvador Dalí.
Durante a reforma, que levou seis meses, a
arquiteta aproveitou vigas de sustentação que não poderiam ser mexidas para
criar prateleiras junto do teto para acomodar fotografias, pratos e outros
objetos de arte. O mesmo foi feito sobre a porta de vidro da varanda estendida.
Graças a esse recurso, algumas paredes estão inteiramente ocupadas. A Reka cuidou da
iluminação, que tem trilhos com spots, direcionados
para os quadros, e pontos de LED na prateleiras.
Do apartamento original foi praticamente
todo mantido o piso de peroba rosa - somente alguns tacos tiveram de ser
repostos. "Usamos poucos tapetes justamente para destacar o piso, que é
muito bonito", diz Amelia.
Mesmo menor que na planta original, a
cozinha ficou bastante funcional com a reforma, e ainda está mais bem
iluminada. Na obra, ela foi "empurrada" para o que antes era parte da
área de serviço, ganhando uma grande janela. Com toda a luz natural que recebe,
não pesa o tom escuro escolhido pela arquiteta para os armários, executados
pelo marceneiro Sergio Tadeu Machado. Prateleiras e ganchos acomodam outra
coleção dos proprietários, a de panelas de cobre.
Para aproveitar ao máximo o espaço, Amelia criou dois níveis de trabalho nas bancadas: o normal
e um mais alto, estreito, para deixar à mão utensílios ou apoiar temperos e até
mesmo uma hortinha em vasos. "É uma boa solução para espaços
pequenos." O mesmo foi feito nos banheiros, evitado suportes pendurados na
parede.