Falsas Eritrinas

Falsas Eritrinas, são arbustos grandes da Serra do Mar, conhecidas entre os caiçaras por timbó e guaraná-timbó, nomes que não caracterizam a contente a referida planta, por serem aplicados a outras espécies. Não errariamos muito se a chamássemos de falsa-eritrina, dado o aspecto geral da planta, e das flores, que se assemelham ao de uma eritrina.Neste artigo, trata-se das falsas eritrinas do litoral,abrangidas pela denominação geral de Dahlstedtia pinnata. Na foto inflorescência destacada da planta. A Dahlstedtia pinnata é planta de porte, aspecto, tipo de inflorescência e côr das flores muito variáveis. Acredita-se que seja uma planta pouco estudada sob o ponto de vista botânico. Nas coleções do Instituto Agronômico é cultivado um tipo totalmente diferente da planta descrita,cujas caracteristicas gerais são sumariamente as seguintes: tronco delgado, pouco ramificado, de ramificações com crescimento colunar, não formando copa globosa; folhas compostas grandes; flores em inflorescências cilíndricas, que lembram espigas dispostas geralmente em posição horizontal; flores roxas. Outro tipo, outrora mais ou menos frequente na Serra do Mar, nas estradas que levam ao litora lnorte de São Paulo, é de porte reduzido, folhas menores, inflorescências cilindricas, que lembram espigas dispostas geralmente em posição horizontal; flores roxas. Outro tipo, outrora mais ou menos frequente na Serra do Mar, nas estradas que levam ao litoral norte de São Paulo, é de porte reduzido, folhas menores, inflorescencias cilindricas, horizontais, e flores cor de rosa ou avermelhadas. Este último tipo dificilmente tem sementes, enquanto o de flores roxas as produz normalmente. Todavia, este último nunca foi encontrado em estado nativo, o que causa certa estranheza. As falsas-eritrinas tendem a desaparecer com os desmatamentos que se intensificam em toda Serra do Mar e orla maritima, havendo informações de que eram plantas abundantes. Prestam-se admiravelmente para os jardins á beira-mar.


A Falsa Eritrina é uma árvore pequena de três a cinco metros de altura, de copa arredondada, bastante ramificada. O tronco alcança de 10 a 20 cm de diâmetro e é revestido por casca lisa, parda.As folhas dispõem-se alternadamente ao longo dos ramos, que se mantêm verdes e com aspecto herbáceo por uma grande extensão. A Dahstedtia pinnata deve o nome indigena de timbó á propriedade, juntamente com outras plantas, de tinguijar os peixes. O principio ativo que provoca o tonteamento dos peixes acha-se na caixa e, principalmente nas raizes; trata-se de um alcaloide semelhante a piscidina. Por outro lado, a planta assemelha-se muito a uma trepadeira do gênero Camptosema, muito frequente em São Paulo, também confundida como sendo uma eritrina trepadeira por pessoas menos avisadas.

Logo depois das flores, aparecem as vagens com as sementes dentro. Semear ainda verdes as sementes. Colocar em terra adubada, mais ou menos dois centimentros enterradas.

Dr. Hermes Moreira de Souza


Texto do Professor Hermes Moreira de Souza
Alguns trechos transcritos do jornal "O Estado de São Paulo"-6-2-80

Fotos Maria Luiza d´Orey Lacerda Soares

Colaboração Ricardo Rodrigues

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